Abri a janela do meu quarto agora pouco, eu queria dar mais
uma olhada no céu antes de dormir, nossas estrelas estavam lá, juntinhas e
brilhando mesmo com o céu nublado... Eu
ainda lembro o dia em que as intitulamos “nossa”. Estávamos olhando o céu num
desses dias da semana, era quase hora de você ir embora e, como sempre, a gente
enrolava pra ninguém ir a lugar nenhum, até que eu, com a minha babaquice,
disse que você olhasse pra aquela “minha estrela brilhante” e seria como me
ver. Você riu, disse que já olhava pra
ela todos os dias, que sempre tinha olhado... Mas, que se eu quisesse ver você eu
escolhesse uma estrela pra ser sua também. O céu tava lindo nessa noite, você
lembra? Eu olhei todas as estrelas que eu podia ver, escolhi uma que brilhava
tanto quanto a minha, e apontei para o outro lado “aquela lá, elas tem quase o
mesmo brilho” você riu de novo, e disse que não, a sua estrela não era aquela. Pegou
minha mão, minúscula perto da sua, e a apontou pra uma estrela apagadinha que
tinha do lado da minha e enquanto eu começava um discurso de como sua estrela não
podia ser aquela, que era vermelhinha até e podia morrer a qualquer momento, você
disse que não importava, a sua estrela era aquela porque estava ao lado da
minha e era lá que você queria ficar. E é ao seu lado que eu quero ficar até o fim.
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