quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Conto Adolescente


Não sabia mais o que dizer ou o que fazer... Havia alguns minutos que estava sentada, a encarar o papel. Embarcou na esperança infrutífera de conseguir traduzir o pandemônio de ideias que lhe invadiam a mente, mas todas as palavras pareciam demasiadamente pérfidas. Ela havia descoberto um novo lugar dentro de si, onde divagava, temendo explorar, porém suspeitava o que iria encontrar, talvez, lá no fundo, até já soubesse. E tudo fluiu, quando flagrou-se novamente pensando nele e se permitiu. Procurava as palavras certas a lhe dizer, tinha a necessidade de explicar coisas que nem ela mesma entendia completamente. Tudo aconteceu tão rápido e quando se deu conta, seu coração já era dele. Também queria se desculpar por coisas que, na verdade, ela nem tinha feito e esse era o problema. Precisava que ele entendesse que foi necessário e que também havia doído muito nela não poder estar no momento que era preciso. Ela se encontrava em um labirinto e qualquer passo mal pensado poderia não ter mais volta. Havia decidido limitar-se a olhar de longe, observá-lo, gesto à gesto, pois assim parecia melhor. Porém quando viu tristeza nele, ela cedeu e inventou um pretexto qualquer para aproximação. Ele foi frio e seu coração desabou. Ela recolheu seus cacos e se retirou, entendia perfeitamente sua rejeição e respeitaria. Agora só esperava uma brecha, um sinal qualquer de aceitação... Respirou fundo. Observou o vazio na folha, pegou a caneta e concluiu: Desculpa, meu amor!

Um comentário:

  1. Quando a gente "pensa" que o momento certo chegou, normalmente a gente passa por isso, por maus bocados. Não devemos procurar o tal do "momento certo", ele acontece de modo inopinado, como um presente, e então tudo simplesmente flui, e você descobrirá que tudo já estava escrito, era só esperar um pouco mais...

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